quarta-feira, abril 1

impontualidade do amor....


Você está sozinho.

Você e a torcida do Flamengo.

Em frente à tv, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone

tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho

em folha.

Trimmm!

É a sua mãe, quem mais poderia ser?

Amor nenhum faz chamadas por telepatia.

Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e

encontrar você numa fase "galinha", sem disposição para relacionamentos sérios.

Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar

você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras.

O amor dá meia-volta, volver.

Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans.

Agora que você está se achando bonito.

Agora que você está empregado.

Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou

a gostar de jazz.

Agora que você está com coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina.

Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga

e mal repara em outro alguém que só tem olhos para você. Ou então, fica

arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá,

azarando-se uns aos outros.

Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa

locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a

pessoa que dará sentido à sua vida.

O amor é como tesourinha de unha, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste.

Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente

na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar

cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no

computador, dando o maior mole.

O amor está em todos os lugares, você que não o procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente.

Agora a segunda: mas é imprevisível.

Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos

namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês.

Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de

uma discussão, ou quando você menos esperar, e as flores vão chegar num

dia qualquer apenas para informar-lhe como você é especial para alguém,

assim... sem um motivo ou data especial.

Passe essa mensagem para outras pessoas. Pode ser que alguém esteja

precisando ouvir algo reconfortante ou mesmo para aqueles que já

encontraram o Amor, apenas para lembrá-los de valorizá-lo ainda mais.

Espalhe que o amor não é banal, que embora estejam distorcendo o sentido

verdadeiro dele nos tempos modernos de hoje, ele existe e é o ingrediente

mais importante da poção mágica da Felicidade.